Vejo o quadro 'O Menino de Azul', pintado pelo inglês Thomas Gainsborough (1727-1788), todos os dias. Ou melhor, uma reprodução dele, que fica na sala de jantar de minha casa. É curioso o efeito hipnótico do quadro.
Para descrever como ele foi criado, peço ajuda ao meu xará, o escritor austríaco Ernst Josef Gombrich (1909 - 2001), autor do maravilhoso livro 'A História da Arte':
"É fascinante observar um artista esforçando-se por alcançar o
equilíbrio adequado. Mas, se lhe perguntássemos porque fez isso e mudou
aquilo, talvez ele fosse incapaz de nos explicar. O artista não obedece a
regras fixas, ele simplesmente intui o caminho a seguir. É verdade que
alguns artistas ou críticos, em certos períodos, tentaram formular leis
para a sua arte; mas sempre se constatou que artistas medíocres não
conseguiam nada quando tentavam aplicar essas leis, ao passo que os
grandes artistas podiam desprezá-las e, ainda assim, conseguir uma nova
espécie de harmonia em que ninguém pensara antes. Quando o grande pintor
inglês Sir Joshua Reynolds explicou a seus alunos da Royal Academy que o
azul não podia ser inserido no primeiro plano de uma pintura, mas
reservado para fundos longínquos, para as colinas a se desvanecerem
gradualmente no horizonte, seu rival Gainsborough - segundo reza a
história - resolveu provar que tais regras acadêmicas eram usualmente
absurdas. Pintou então o famoso 'O Menino de Azul', cujo traje azul, em
primeiro plano e no centro do quadro, se destaca triunfantemente contra o
cálido castanho do fundo."
Há uma frase muito importante, também de Gombrich, do mesmo livro, que completa sua explicação, podendo ser também transportada para nossa vida pessoal, nos ajudando a romper barreiras, abandonar verdades absolutas e nos oferecer a liberdade de ação:
"Todos nós alimentamos crenças que consideramos tão axiomáticas quantos os "primitivos" consideram as deles - usualmente a um ponto tal que delas nem nos conscientizamos, a menos que deparemos com gente que as questione."
Infelizmente, muitas vezes, a mente já está demasiadamente dominada e corrompida e é tarde demais.
Mas em outras tantas, felizmente, a recuperação é possível. E deve ser buscada para uma vida mais saudável.
Muita arte e inspiração para suas vidas!
Ernesto Abreu Valle
Há uma frase muito importante, também de Gombrich, do mesmo livro, que completa sua explicação, podendo ser também transportada para nossa vida pessoal, nos ajudando a romper barreiras, abandonar verdades absolutas e nos oferecer a liberdade de ação:
"Todos nós alimentamos crenças que consideramos tão axiomáticas quantos os "primitivos" consideram as deles - usualmente a um ponto tal que delas nem nos conscientizamos, a menos que deparemos com gente que as questione."
Infelizmente, muitas vezes, a mente já está demasiadamente dominada e corrompida e é tarde demais.
Mas em outras tantas, felizmente, a recuperação é possível. E deve ser buscada para uma vida mais saudável.
Muita arte e inspiração para suas vidas!
Ernesto Abreu Valle
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