Agradeço-lhes pela leitura de minhas palavras em 2016. Apesar de sempre fazer uma viagem ao passado, todos textos desta página estão ligados com o momento presente, pois este é o único que verdadeiramente existe. Um passado mítico e perfeito é irreal. O futuro, desconhecemos.
Mas, é claro, desejo a todos que 2017 seja um ano repleto de muita saúde, paz e prosperidade!
Abs,
Ernesto Abreu Valle
sábado, 31 de dezembro de 2016
domingo, 11 de dezembro de 2016
Ferreira Gullar, minha singela homenagem.
Sempre me protegendo do noticiário agressivo e repetitivo, que é ávido por telespectadores zumbis, não ligo muito a televisão
para assistir aos telejornais. Mas gosto de saber das notícias. Sobre
isso escrevi no meu texto 'Notícias Amenas' alguns meses atrás.
No domingo passado, no princípio da tarde, procurando saber do andamento das manifestações contra Calheiros, Congresso e outros, recebi pela televisão a triste notícia do falecimento de Ferreira Gullar.
Pouco li sobre isso nas redes sociais. A preocupação da maioria de seus participantes é sempre uma informação rasa, selfies desnecessários, funcionários públicos se mostrando em sua segunda ou terceira viagem internacional do ano, com o dinheiro nosso, pouco trabalho e sem medo de uma reação popular contra isso. Brigas intermináveis entre radicais de 'esquerda' e 'direita', com demonstrações de pouca inteligência, rancor, desconsideração para com os mais necessitados e valorização de ideologias furadas e de pouca prática.
Morria Ferreira Gullar. Falar de sua obra é tarefa difícil. De tão honesta, profunda e bela, as palavras me faltam. O discernimento que o poeta, tradutor, cronista, crítico de arte, artista plástico, dentre outras atividades, possuía era imbatível. Sua fala e escrita não eram dualistas, o que me fazia sentir cada vez mais atraído por suas opiniões. Tanta sabedoria parecia muita dentro de um só ser.
A dita 'esquerda' se sentia traída por ele, que já não se dizia mais marxista, pois, quando morou na URSS, se impressionou com a falta de iniciativa que o regime gerava nas pessoas, e era crítico dos governos do PT. A chamada 'direita' não se encantava com ele, pois Gullar continuava com posição firme contra o liberalismo econômico, criticando com firmeza sua ação devastadora quando não é controlado pelo estado.
Então, em um país de radicais, as redes sociais não se emocionaram com a morte de Gullar.
Mas aqui vai minha homenagem. Pessoa íntegra, honesta para consigo mesma e para com todos nós, não apegada a bens materiais. Rejeitou a tal 'bolsa ditadura' com veemência, dizendo que, 'como já era bem grandinho, sabia o que estava fazendo' quando lutou contra a ditadura militar, de forma pacífica, mas sofrendo da mesma forma que os que lutaram com armas. Era o verdadeiro socialista, pois sua gentileza o levou a, por exemplo, comprar um apartamento para sua empregada com parte do dinheiro de um prêmio literário.
Alto, magro, cabelos longos e sempre indignado com a dura realidade dos mais pobres em nossa sociedade. Gullar está entre as pessoas mais inteligentes que já escutei. Infelizmente não o conheci pessoalmente. Não teria sido só para uma foto. Seria para dizer 'Muito Obrigado!'.
Editei o vídeo em anexo, onde ele explica, com sua capacidade ímpar, o duelo dualista entre capitalismo selvagem e socialismo autoritário e sua fusão na China moderna.
Foi para além do mar, mas nos deixou de presente a sua infinita capacidade de sonhar!
No domingo passado, no princípio da tarde, procurando saber do andamento das manifestações contra Calheiros, Congresso e outros, recebi pela televisão a triste notícia do falecimento de Ferreira Gullar.
Pouco li sobre isso nas redes sociais. A preocupação da maioria de seus participantes é sempre uma informação rasa, selfies desnecessários, funcionários públicos se mostrando em sua segunda ou terceira viagem internacional do ano, com o dinheiro nosso, pouco trabalho e sem medo de uma reação popular contra isso. Brigas intermináveis entre radicais de 'esquerda' e 'direita', com demonstrações de pouca inteligência, rancor, desconsideração para com os mais necessitados e valorização de ideologias furadas e de pouca prática.
Morria Ferreira Gullar. Falar de sua obra é tarefa difícil. De tão honesta, profunda e bela, as palavras me faltam. O discernimento que o poeta, tradutor, cronista, crítico de arte, artista plástico, dentre outras atividades, possuía era imbatível. Sua fala e escrita não eram dualistas, o que me fazia sentir cada vez mais atraído por suas opiniões. Tanta sabedoria parecia muita dentro de um só ser.
A dita 'esquerda' se sentia traída por ele, que já não se dizia mais marxista, pois, quando morou na URSS, se impressionou com a falta de iniciativa que o regime gerava nas pessoas, e era crítico dos governos do PT. A chamada 'direita' não se encantava com ele, pois Gullar continuava com posição firme contra o liberalismo econômico, criticando com firmeza sua ação devastadora quando não é controlado pelo estado.
Então, em um país de radicais, as redes sociais não se emocionaram com a morte de Gullar.
Mas aqui vai minha homenagem. Pessoa íntegra, honesta para consigo mesma e para com todos nós, não apegada a bens materiais. Rejeitou a tal 'bolsa ditadura' com veemência, dizendo que, 'como já era bem grandinho, sabia o que estava fazendo' quando lutou contra a ditadura militar, de forma pacífica, mas sofrendo da mesma forma que os que lutaram com armas. Era o verdadeiro socialista, pois sua gentileza o levou a, por exemplo, comprar um apartamento para sua empregada com parte do dinheiro de um prêmio literário.
Alto, magro, cabelos longos e sempre indignado com a dura realidade dos mais pobres em nossa sociedade. Gullar está entre as pessoas mais inteligentes que já escutei. Infelizmente não o conheci pessoalmente. Não teria sido só para uma foto. Seria para dizer 'Muito Obrigado!'.
Editei o vídeo em anexo, onde ele explica, com sua capacidade ímpar, o duelo dualista entre capitalismo selvagem e socialismo autoritário e sua fusão na China moderna.
Foi para além do mar, mas nos deixou de presente a sua infinita capacidade de sonhar!
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