Esta é a última parte
do texto sobre o rompimento da barragem na região de Mariana.
Até agora, minha crítica foi direcionada ao
governo, às instituições e às corporações.
Mas, apaguem todas as luzes da Vale, da Samarco
ou da BHP! Fechem os edifícios! Congelem suas contas correntes e parem todas as
máquinas! O que sobra? Sobram os donos, funcionários e consultores. A culpa é
sempre direcionada ao ‘sistema’, como se existissem robôs que pudessem nos
controlar.
Os seres humanos são os responsáveis por toda
essa loucura chamada ‘desenvolvimento’. Há indústria para todos os tipos de
atividade.
Para reduzirmos essa produção excessiva, quanto
menos consumirmos, melhor. Devemos buscar a reutilização dos produtos e, depois,
reciclarmos o que pudermos.
Caso precise de um veículo e a pessoa tenha o dinheiro, deve comprá-lo. Mas é importante utilizá-lo com bom senso e não é preciso comprar um novo a cada dois anos, só porque tem preguiça de levar o carro até para uma troca de óleo.
Caso precise de um veículo e a pessoa tenha o dinheiro, deve comprá-lo. Mas é importante utilizá-lo com bom senso e não é preciso comprar um novo a cada dois anos, só porque tem preguiça de levar o carro até para uma troca de óleo.
Mesmo com produtos bem descartáveis hoje em
dia, devemos escolher os melhores e comprá-los uma só vez. Uma mala de viagem
boa pode durar muitos anos. Um carro bem cuidado pode durar muito também. Para
que ter 30 calças, 80 sapatos, 100 camisas, 50 vestidos, 25 frascos de perfume,
20 ternos? Conheço adolescentes que compram, com dinheiro dos pais, 10 calças
por semestre e se enfadam delas rapidamente!
Pode parecer bobagem escrever, também, que
devemos cuidar de um produto e não o desprezar. É a mesma coisa que dizer que ‘leite
materno é o melhor para o bebê’. Todo mundo sabe disso. Mas, com dinheiro na
mão, ou não, as pessoas parecem ignorar que estão matando o meio ambiente.
Compram muito e não cuidam do que compram, tendo que gastar novamente com o
mesmo produto. E dizem às vezes: ‘Ah, é baratinho’.
E sobre os minérios: Já falei dos carros, mas se
olhar ao seu redor, caso consiga entender que a vida é interdependente, poderá ver
na sua TV, celular, computador, relógio, grafite do lápis, nos
ônibus, trens de ferro (quase inexistentes no Brasil), aviões, dentre milhares
de produtos, os minerais.
Quanto mais consciente for nosso consumo, menos
exploração teremos. E isso serve para tudo: madeira, plástico, vidro, isopor. A
lista é infindável.
Mas, mesmo chamando a atenção, nessa última
parte, para nosso consumo excessivo, os responsáveis pelas mineradoras, sejam
eles os proprietários ou funcionários mais graduados, e os nossos governantes e
fiscais omissos tem que ser especialmente e duramente criticados por nós, pois
são os responsáveis diretos por essa tragédia ambiental, uma das 3 maiores
exclusivamente causadas pelo homem dentre as que me recordo em minha vida. As outras 2 foram: O desastre nuclear
na Usina Nuclear de Chernobyl, na então URSS, em 1986, e a explosão da
Plataforma de Petróleo Deepwater Horizon, da British Petroleum, no Golfo do
México, em 2010.
É lamentável e cabe a nós mantermos uma firme
posição e continuarmos a cobrança até que os irresponsáveis sofram punições
realmente severas, que leis mais rigorosas sejam colocadas em prática e que
criemos as condições para redução e substituição dessa atividade que, se por um
lado é importante, por outro lado é extremamente nociva para nós.
Eu já ouvi falar que rio ficou poluído, foi canalizado, secou, foi desviado. Mas nunca ouvi falar que um rio, do tamanho do Rio Doce, morreu.
Já estávamos sem água e o nosso doce Rio Doce agora ficou amargo, vítima da ganância dos seres humanos.
Eu já ouvi falar que rio ficou poluído, foi canalizado, secou, foi desviado. Mas nunca ouvi falar que um rio, do tamanho do Rio Doce, morreu.
Já estávamos sem água e o nosso doce Rio Doce agora ficou amargo, vítima da ganância dos seres humanos.
Agradeço aos amigos pela atenção.
Ernesto de Abreu Valle
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